sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sal é uma ilha do grupo do Barlavento de Cabo Verde e concelho do mesmo nome. É uma das menores ilhas habitadas, estendendo-se por 30 km de comprimento e 12 km de largura, no sentido leste-oeste e distante cerca de 50 km em linha recta da Boa Vista, sua mais próxima vizinha. O concelho do Sal é constituído apenas por uma freguesia: Nossa Senhora das Dores

Imagem de buracona

Localidades
A Cidade dos Espargos é a capital e a sua cidade com mais habitantes. Santa Maria, ao sul, é o centro turístico e o segundo maior centro populacional da ilha, dispondo de uma boa estrutura hoteleira. Palmeira sendo uma vila essencialmente piscatória encontra-se a oeste da Cidade dos Espargos. Pedra de Lume a 4 km a este de Espargos é uma localidade de não mais de 100 habitantes; ali podemos encontrar as maravilhosas salinas.

História
Por não possuir água potável a ilha conheceu o abandono até ao século XIX quando, a partir de 1833 se iniciou a exploração de sal na localidade de Pedra de Lume. Essa actividade deu início ao povoamento.
Administrativamente, a ilha pertenceu ao concelho da Boavista até 1935.
A exploração das salinas dinamizou a economia da ilha até meados da década de 1980.
Com o objectivo de constituir um ponto de escala para os voos com destino à América do Sul, em 1939 foi construído, por iniciativa italiana, o "Aeroporto Internacional da Ilha do Sal", com projecto do Engenheiro Raul Pires Ferreira Chaves.
A este mesmo profissional, à época, deve-se a implantação de sistemas de captação de água pluvial, possibilitando o incremento do povoamento, sobretudo através da migração interna no arquipélago, nomeadamente a partir da ilha de São Nicolau. Desse modo, em curto espaço de tempo, a população teve um incremento de cinco vezes.
O aeroporto, renomeado após a independência como Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, constitui hoje o principal ponto de entrada no país e possibilita a exploração de modernos complexos turísticos, que nas últimas duas décadas se vêm instalando principalmente na cidade de Santa Maria, a maior da ilha.

Clima e geografia
O Sal tem uma superfície total de 216 km² e uma extensão máxima de cerca de 30 km, com cerca de 35000 habitantes (censo Junho 2010).
Pertence ao grupo das três ilhas do arquipélago de Cabo Verde (do qual também fazem parte Boa Vista e Maio) que partilham as características físicas:
  • Proximidade ao continente africano, o que as torna vulneráveis ao vento quente e seco do deserto que transporta a areia do Saara e anualmente causa uma espécie de nevoeiro conhecido como bruma seca.
  • Planura extrema, apesar da sua origem vulcânica - a inexistência de montanhas com excepção no norte da ilha, que condensem a humidade atmosférica faz com que seja uma ilha muito árida onde a vegetação é escassa nos meses frescos, mas no verão transforma-se numa paisagem bonita e verdejante.
  • Extensas praias de areia branca, que é transportada pelos ventos a partir do deserto do Saara, o que se revela de grande interesse turístico. Tendo um clima ameno com pouca variação da temperatura, o verão pode ser um pouco quente, com temperaturas a variar de 24 de mínima a 30 graus de máxima; no inverno as temperaturas mínimas mais baixas oscilam entre 16 de mínima a 24 de máxima; pode ocorrer um pouco de precipitação nos meses de inverno mas esta é escassa nos meses de Dezembro e Janeiro.
  • Presença de salinas naturais e artificiais (que, no caso do Sal, deram o nome à ilha).
  • imagem de uma salina
  • Presença de piscinas rochosas naturais, destacando-se a designada por buracona, na costa ocidental norte da ilha.

sexta-feira, 15 de junho de 2012




São Nicolau tem 343 km2, para uma largura máxima de 25 km e um comprimento de 50 km, situando-se no barlavento do arquipélago entre São Vicente e Sal. Trata-se uma ilha de origem vulcânica com um relevo muito acidentado. O Monte Gordo, com 1304 metros, é o seu ponto mais elevado.
Actualmente, São Nicolau tem cerca de 13 500 habitantes (2000) e a sede da ilha é Ribeira Brava. Outra localidade conhecida é o Tarrafal.
A ilha de São Nicolau está dividida em dois municípios, São Nicolau e Tarrafal de São Nicolau, desde 2005, depois de anteriormente ter existido apenas um município. Na ilha há três freguesias: Nossa Senhora da Lapa, Nossa Senhora do Rosário e São Francisco.
O município de São Nicolau inclui ainda três ilhas desabitadas, Santa Luzia, Branco e Raso, que em tempos foram administradas pelo município de São Vicente.
A parte oeste da ilha tem mais vegetação, agricultura e população, enquanto o leste é mais árido. Devido ao relevo acidentado, há muito vales em São Nicolau, a maior parte dos quais estreitos e profundos. Apenas no Vale da Fajã, o mais largo, existe actividade agrícola. A agricultura é mesmo a principal actividade económica da ilha, apesar dos grandes períodos de seca que assolam o território. Na década de 40 do século XX, a fome assolou a ilha, o que provocou uma grande vaga de emigração, principalmente em direcção a São Tomé e Príncipe.
A produção de café foi um dos primeiros negócios a imperar, seguindo-se o açúcar e as pescas, havendo também uma relevante indústria conserveira. A pesca é actualmente das actividades principais dos habitantes de São Nicolau, assim como o turismo. A ilha tem praias de areia negra e uma grande abundância de peixe, que atrai pescadores de todo o mundo.
A ilha foi descoberta em 1461 e o seu povoamento começou no século XVII, já que se tratava de uma das ilhas de Cabo Verde com mais água. Na altura, a primeira localidade a ser fundada chamava-se Porta do Lapa. No entanto, devido aos frequentes ataques de piratas, a população mudou-se em massa para Ribeira Brava, onde foi construída a fortaleza de Preguiça.
Em Ribeira Brava foi erigido, em 1866, o primeiro seminário do arquipélago que acabou por se tornar uma referência do ensino em Cabo Verde, mesmo para laicos. Ribeira Brava acabou por ser considerada uma referência a nível intelectual da África ocidental. O círculo intelectual de Cabo Verde esteve durante muitos anos sediado em São Nicolau, onde foi criado, em 1936, o movimento literário "Claridade".
O símbolo da ilha é o dragoeiro, planta ornamental que produz resina vermelha.

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sexta-feira, 8 de junho de 2012


                                                        Ilhéu Branco     

  



A sudeste de Santa Luzia e noroeste de Ilhéu Raso fica o Ilhéu Branco (16° 39′ N, 24° 41′W). Junto com Santa Luzia e Raso forma a Área Marinha Protegida dentro da lista de Reserva Natural Integral. O nome “Branco” provém da mancha branca de areia bem visível que o ilhéu apresenta. Muito deferente do Ilhéu Raso, Branco tem uma morfologia de difícil acesso e permanência. O local é bastante íngreme em qualquer dos pontos com exceção do cabo na zona sudeste que possui uma pequena planície onde nidifica o pedreiro azul (Pelagodroma marina) e as tartarugas marinhas (Caretta caretta).
                                                        Ilhéu Raso

Desprovido de praia, o Ilhéu Raso é contornado por rochas de pequenas falésias á acantilados principalmente na região norte-noroeste. Como o nome indica é plano sendo a maior elevação situada na região nordeste com um pico máximo de 164 m. O ilhéu está entre o Ilhéu Branco e a Ilha de São Nicolau nas coordenadas 16° 37′ N, 24° 36′ W. O Ilhéu ser de poiso temporário a pescadores de São Vicente, São Nicolau e em alguma temporada do ano também alberga pescadores de Santo Antão que passam alguns dias ai durante as actividades de pesca. Tem aproximadamente 7 km², é bastante árida mas rico em biodiversidade, principalmente as aves marinhas e é ai que nidifica a calhandra-do-ilhéu-raso, endémica deste pequeno lugar.



Ilha de Santa Luzia

Ilha de Santa Luzia tem 35 km2, para uma largura máxima de 5km e um comprimento de 13 km, situando-se no barlavento do arquipélago, entre São Nicolau e São Vicente. A sua altura máxima é de 395 metros, no Monte Grande.
A ilha, desabitada, pertence ao concelho de São Vicente, sediado na ilha vizinha.
O clima de Santa Luzia é bastante seco, daí a reduzida vegetação que existe no território.
Enquanto a parte Norte da ilha tem montes com escarpas, na região sul predominam as praias de areia branca com dunas.
Trata-se da única ilha cabo-verdiana desabitada, nomeadamente devido à escassez de água. Apesar disso, Santa Luzia chegou a ser usada para a criação de gado e para a agricultura, nomeadamente no século XVIII.
No início do século XIX, houve extracção na ilha de grandes quantidades de urzela, um líquen. Para esse efeito a ilha chegou a ser frequentemente alugada aos comerciantes de urzela.
Houve várias tentativas para povoar a ilha, todas infrutíferas devido à falta de água. Nomeadamente tentaram levar a cabo projectos para incrementar a criação de gado e explorar os recursos pesqueiros. Assim, no século XIX chegaram a viver cerca de vinte pessoas na ilha. Os produtos provenientes de Santa Luzia, nomeadamente carne, lacticínios e couro, eram considerados de boa qualidade, mas o povoamento da ilha não vingou devido às secas constantes.
No século XX, até à década de 60, um casal viveu na ilha, mas desde então tornou-se completamente desabitada.
Em 1990, o governo de Cabo Verde declarou que Santa Luzia, assim como os ilhéus adjacentes, eram património público, por se tratar de uma importante reserva natural.
Santa Luzia é a única ilha de Cabo verde com nome de uma santa.
Calhau, na costa oriental da Ilha de São Vicente, consegue contratar um pescador que o/a transporta num bote de pesca até Santa Luzia por 5,000$, ida e volta no mesmo dia (máximo 6 pessoas mais carga).
A travessia demora duas horas. Para voltar no dia seguinte, o preço passa a 8,000$ e 10 litros de gasolina.
Devido ao seu clima muito seco e à falta de água constante, a ilha de Santa Luzia nunca foi persistentemente colonizada.
Apesar dos períodos de seca recorrentes terem gorado as inúmeras tentativas de povoamento da ilha, ela foi durante muito tempo utilizada para a criação de gado, sendo a carne, os produtos lácteos derivados e o couro oriundos de Santa Luzia considerados de excelente qualidade.
Durante o séc. XIX, Santa Luzia chegou a ser habitada por uma pequena comunidade de cerca de 20 pessoas que se dedicava à pastorícia, à pesca e à extracção de urzela (líquen de que se obtém uma tinta violeta) em grande quantidade.
Santa Luzia tem apenas 35 km2 de superfície e uma altitude máxima de 395 metros, espraiando-se nos seus 13 km de comprimento por 5 de largura.
A vegetação é muito escassa mas, apesar disso, a ilha possui contrastes topográficos assinaláveis entre a costa Sul, com praias de dunas, e a costa Norte, mais escarpada.
A Sudeste de Santa Luzia – entre esta ilha e São Nicolau – situam-se os ilhéus Raso (7 km2) e Branco (3 km2).
Ambos têm falésias escarpadas que sobem, no primeiro, até um plateau com 170 metros de altura e no segundo, até um planalto coberto de guano branco com 327 metros de altura.







sexta-feira, 25 de maio de 2012


LITERATURA

A literatura cabo-verdiana é uma das mais ricas da África lusófona.
São Vicente foi também um importante centro do movimento Claridade, no qual vários escritores floresceram, naquele que é considerado o período de génese da literatura cabo-verdiana.

  Poetas são-vicentinos  
 Corsino António Fortes (São Vicente, 1933) é um escritor e político cabo-verdiano.
É licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa (1966). Integrou vários governos na república de Cabo Verde, país de que foi Embaixador em Portugal. Presidiu à Associação dos Escritores de Cabo Verde (2003/06). Autor de obras como Pão e Fonema (1974) ou Árvore e Tambor (1986), a sua obra expressa uma nova consciência da realidade cabo-verdiana e uma nova leitura da tradição cultural daquele arquipélago.



João Vário (Mindelo, São Vicente, 7 de Junho de 1937Mindelo, São Vicente, 7 de Agosto de 2007), principal pseudónimo de João Manuel Varela, que também assinou como Timóteo Tio Tiofe e G. T. Didial, foi um escritor, neurocientista, cientista e professorcabo-verdiano.
Estudou medicina nas universidades de Coimbra e de Lisboa e doutorou-se na universidade de Antuérpia, na Bélgica, onde foi investigador e professor de neuropatologia e neurobiologia. Ao jubilar-se, regressou à sua Mindelo natal.
Deixou uma obra poética extensa, mas ainda pouco conhecida do grande público. Foi muito influenciado pela cultural ocidental, tendo como referências Saint-John Perse, T. S. Eliot, Ezra Pound, Aimé Césaire, Dante e a própria Bíblia.

Obras de João vário

  • Exemplos 1-9, de João Vário, volume que reúne os Exemplos Geral (1966), Relativo (1968), Dúbio (1975), Próprio (1980), Precário (1981), Maior (1985), Restreint (1989), Irréversible (1989), e Coevo (1998).
  • O Primeiro e o Segundo Livros de Notcha (poesia), de Timóteo Tio Tiofe.
  • Contos da Macaronésia, de G. T. Didial.
  • O Estado impenitente da Fragilidade (romance), de G. T. Didial

    Referências

    Manuel Lopes (1907-2005), escritor, fundador da revista Claridade
    Ovídio Martins (28 de Agosto de 1928), poeta
    Sérgio Frusoni (10 de Agosto de 1901-29 de Maio de 1975), poeta

    sexta-feira, 18 de maio de 2012

    Luís Morais (1934-2002), compositor, flautista, saxofonista e clarinetista, fundador da

    "Escola Musical do Mestre Luís Morais.

    cultura de São Vicente.
    A ilha de São Vicente, em Cabo Verde, alberga a segunda maior concentração de população do país. Desenvolveu-se aí uma cultura rica, proveniente da sua população mista, vinda de várias outras ilhas. São Vicente sempre foi também a ilha mais aberta ao contacto com o mundo, devido às actividades do Porto Grande do Mindelo, permitindo assim o contacto com realidades culturais de outros países.
    A música ocupa uma posição de destaque na cultura de São Vicente. Os géneros mais significativos são a morna e a coladera. De entre os vários músicos cabo-verdianos originários desta ilha, podem-se destacar:


    Cesária Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941 — Mindelo, 17 de dezembro de 2011) foi a cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi maioritariamente relacionada com a morna, por isso também foi por vezes apelidada "rainha da morna". Era conhecida como a diva dos pés descalços.